a promessa

Acordei com a grata satisfação de nunca mais poder prometer alguma coisa. Credo, que dificuldade em cumprir algo que tanto desejo e quando consigo, nem quero lembrar dessa minha ‘penitência’ assumida. Vou ficando velho e ‘esquecido’. Hoje, tem tudo para ser mais um dia comum, de um mês mais comum ainda, e de um ano qualquer... meu calendário me maltrata, é verdade... Fico me acostumando com esse momento pequeno e sem risco, pode ser que minha vida tome um rumo em crise a qualquer minuto... Sinto que ainda posso mudar isso, mas não faço nada, pode ser que assim seja melhor... Para que ficar me imaginando na tv, de segunda a sexta e de segunda a sexta novamente e por aí vai... Sempre a mesma coisa, bem, isso eu faço bem, e faço sempre mesmo... Olho a janela e a previsão do tempo é boa, sujeita à chuva no final do período, afinal, a previsão é sempre a mesma, meus velhos discos também são os mesmos, meu travesseiro ainda é o mesmo, as notícias nos jornais também, pode ser que algo mude, mas mesmo assim, não tenho a mínima intenção em agredir esse presságio agonizante... Sei, que depois do banho, posso ir a geladeira, abrir uma cerveja ou tomar o suco de limão que especialmente deixei preparado para alguma ocasião normal, c´est la vie... Acho que já devo me preparar para o almoço. Deixo a barba por fazer, não por estilo ou moda, mas pela mesma rotina em nada fazer, afinal, fazer nada merece uma certa habilidade em ser o próprio Messias de um rito ao ócio, ou qualquer coisa que seja ao que isso venha me levar... Mais uma crise, passei dos 30 anos com muito orgulho, não que isso represente alguma diferença a sua pessoa que deve já estar muito acostumada a ouvir esses fatos e os ratos que esses fatos escondem correm sempre para a mesma toca. Remediei a primeira cerveja e fiquei certo que a limonada é a melhor opção para o momento, não que eu quisesse interferir outra vez nesse pálido destino, mas tudo bem, me conformo assim mesmo... (... continua ... ) texto por paulohenriquecyka