descomplicando roma

Um homem baixo,
Veio em minha direção
E me disse:
“-O amor não tem esperança!”
“-E que esperança teria o amor?”, perguntei.

E ele com a cara mais sóbria do mundo
Me apontou para aquela mulher do lado direito do banco
E eu com a cabeça, praticamente respondi, que não a conheço

E ele, com sua cara de espanto, disse: “-Não!”
E me fez prometer que nunca repetiria as mesmas palavras
E eu com toda certeza falei: “-Impossível!”

“-Não se fazem mais construções como antigamente”, li num livro
“-Nem os homens que quiseram construir mil aviões”
“-Os dias de paz em breve chegarão”
E aonde esconderei meus violões?

E sem mais, ela veio em minha direção, e perguntou: “-Você tem fogo?”
E eu com a cabeça, respondi, que não.
Obrigado não existiu
E ela, com sua beleza matinal, disse: “-Ok!”
E me fez perceber que era a grande chance de usar todas palavras
E eu com certeza que um romance trás, convidei: “-Que tal um café?”
E ela me olhou despercebida, no primeiro sopro de paixão, disse: “-Sim!”

paulohenriquecyka
23fev2007

colisões

A mente
Dominante
Atrai: sol
E estrelas
Colisão
Passa perto
Daonde estou
Só vejo estrelas
E daqui vou...

Despista
Em sua sublista
Os piores
Daqueles que
Melhores
Ficarão
Assim vai
Em rota de colisão
Frase-a-frase
A chegar...

E na última luta
Negligente
Esperança
De quem ainda
Até os dentes
Pensa
Nos dias que ficam
A se esbarrar
Pelo caminho
Vou
Sozinho
E quando chego
Já não sinto falta
De tudo que a falta trás!

paulohenriquecyka
02fev2007

daquele teu olhar

Os olhos
Conhecidos
Aos meus
Adormecidos
Espalham-se
Lentos pelo corpo
Doce
Do amargo
Laceiam vozes
Sussurros
Gestos pequenos
Piscam
Espremem
Espelham
Nus
Cores
Sofrimento
Minutos
Chegando
Indo
Voltando
Calor
Depois frio
Frio
Suor
Línguas estranhas
Reflexos estranhos
Ora amor
Ora não
Perfume
Saída
Banho
E fim
E enfim
Voltamos aos olhos...

paulohenriquecyka