14.9.06

/na farmácia, o peso da semi-eternidade/

Se preparam, na fila, para saberem seus digníssimos pesos, duas simpáticas velhinhas. Conversa vai-e-vem, troca de elogios pela 'conservação da idade' e atualizações familiares. Quem? O que? quando? Com quem? Quase tudo isso, e menos de 2 minutos, e as respostas fluiam.
É chegada a hora da primeira subir, a mais alta. Olha para o ponteiro, e com voz de quase sono, relata; "-48!". Chega a vez de sua parceira, sobe a balança, olha com a cara de incrédula, desce e repete a subida, olha pra trás, e silenciosamente resmunga: "-51!", sorri amarelamente, e olha para a amiga. Essa por sua vez, amiga íntima daqueles momentos quase eternos dentro da farmácia, não perde a chance: "-Nossa! Como tu tá é gorda, hein?"
E lá vão para fora da farmácia, a mais alta, inclina-se para a esquerda, e segue. Já a mais baixa, olha para sua parceira de longevidade, e sem pestanejar, pega o rumo contrário, sem olhar para trás.
É, e isso e menos de 5 minutos. Quase uma eternidade!

todos textos publicados aqui são de autoria de paulohenriquecyka
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